Esse agora que mata.
Ter nos olhos, no ventre, na boca e na carne toda a força de uma criação. E não criar nada. Ter dentro de si a exatidão de uma triste sinfonia que toca sem interrupção, que canta a si mesma numa voz que não se quis, mas que se permitiu.
Ter medo. Ter medo do cheiro, ter medo do gosto, ter medo da lágrima necessária.
Aviltar-se e sufocar no mesquinho medo de todas as coisas.
Ser menos que a vida.
Querer correr e sumir, pois não se suporta o pulsar de uma vida.
Querer desaparecer no espaço, na pretensão do que pode um corpo celeste.
Ter um corpo que não é celeste, grão de agonia que pede a cada dia consciência lancinante e pratos que se quebram no chão de puro ódio.
Eu não aprendi a amar.
Renata Telles
Professora de Filosofia da FAFIUV
Ter nos olhos, no ventre, na boca e na carne toda a força de uma criação. E não criar nada. Ter dentro de si a exatidão de uma triste sinfonia que toca sem interrupção, que canta a si mesma numa voz que não se quis, mas que se permitiu.
Ter medo. Ter medo do cheiro, ter medo do gosto, ter medo da lágrima necessária.
Aviltar-se e sufocar no mesquinho medo de todas as coisas.
Ser menos que a vida.
Querer correr e sumir, pois não se suporta o pulsar de uma vida.
Querer desaparecer no espaço, na pretensão do que pode um corpo celeste.
Ter um corpo que não é celeste, grão de agonia que pede a cada dia consciência lancinante e pratos que se quebram no chão de puro ódio.
Eu não aprendi a amar.
Renata Telles
Professora de Filosofia da FAFIUV
Ilustração: Montagem de Eduardo Recife
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