Daniel Samoilovich (1949) é um dos poetas mais representativos da atual literatura argentina. Além de poeta, Samoilovich é tradutor. Dirige desde 1986 o jornal trimestral Diário de Poesía. É autor de Párpado (1973), El mago (1984), Superficies iluminadas (1997), Las Encantadas (2003) e El despertar de Samoilo (2005), entre outros livros.
Samoilovich ficou conhecido no Brasil depois de publicar Las Encantadas, uma reunião de poemas que tematizam uma viagem pelo arquipélago de Galápagos. O título foi inspirado em Herman Melville, que se referiu a Galápagos como ilhas encantadas. Tal fascínio, no autor de Moby Dick, porém, situa-se numa zona de indecisão entre o humano e o inumano, entre o terror e a ternura, que a região inóspita suscitou. O narrador-poeta de Samoilovich narra sua viagem dentro de um quarto de hotel no meio da noite depois ter sonhado com sua viagem de quinze anos atrás. A mesma região que fascinou Melville e Samoilovich chamou a atenção do naturalista Charles Darwin, que visitou as ilhas no momento em que estava interessado em comprovar sua teoria da evolução das espécies. Galápagos estaria num limiar entre a história natural e social. Essa zona limítrofe, inerente ao interesse da própria poesia, é potencializada pelo poeta argentino no livro Las Encantadas.
Ao lado, um poema de Samoilovich, traduzido pelo professor e tradutor Marcelo Bueno de Paula
A sombra de minha mão direita
é uma mão esquerda
A sombra de minha mão direita
é uma mão esquerda – o que escrevo
alguém escreve de dentro do papel;
a ponta de seu lápis contra o meu.
Gostaria de saber se esse é feliz.
Gostaria de saber como soam
esses versos que correm ao avesso
rumo ao Oeste de um mundo inclinado.
Daniel Samoilovich
Tradução de Marcelo Bueno de Paula
Samoilovich ficou conhecido no Brasil depois de publicar Las Encantadas, uma reunião de poemas que tematizam uma viagem pelo arquipélago de Galápagos. O título foi inspirado em Herman Melville, que se referiu a Galápagos como ilhas encantadas. Tal fascínio, no autor de Moby Dick, porém, situa-se numa zona de indecisão entre o humano e o inumano, entre o terror e a ternura, que a região inóspita suscitou. O narrador-poeta de Samoilovich narra sua viagem dentro de um quarto de hotel no meio da noite depois ter sonhado com sua viagem de quinze anos atrás. A mesma região que fascinou Melville e Samoilovich chamou a atenção do naturalista Charles Darwin, que visitou as ilhas no momento em que estava interessado em comprovar sua teoria da evolução das espécies. Galápagos estaria num limiar entre a história natural e social. Essa zona limítrofe, inerente ao interesse da própria poesia, é potencializada pelo poeta argentino no livro Las Encantadas.
Ao lado, um poema de Samoilovich, traduzido pelo professor e tradutor Marcelo Bueno de Paula
A sombra de minha mão direita
é uma mão esquerda
A sombra de minha mão direita
é uma mão esquerda – o que escrevo
alguém escreve de dentro do papel;
a ponta de seu lápis contra o meu.
Gostaria de saber se esse é feliz.
Gostaria de saber como soam
esses versos que correm ao avesso
rumo ao Oeste de um mundo inclinado.
Daniel Samoilovich
Tradução de Marcelo Bueno de Paula
Nenhum comentário:
Postar um comentário