terça-feira, 6 de abril de 2010

Seja marginal, seja herói: urtiga n°11

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Foto: Hélio Oiticica. Pintor, escultor, artista plástico e performático. Foi um dos inspiradores do movimento tropicalista e também da poesia marginal.
A capa desta edição é a reprodução de um cartaz elaborado nos anos 60 pelo artista plástico Hélio Oiticica. Intitulado «Homenagem a Cara de Cavalo» (uma alusão ao conhecido criminoso do morro da Mangueira, que foi morto pela polícia naquela época), o cartaz traz a polêmica frase «Seja marginal, seja herói», cunhada pelo próprio artista, uma resposta a frases como «Bandido bom é bandido morto». Acima do slogan, a imagem de Cara de Cavalo morto.
A presente edição do urtiga! é dedicada à poesia marginal, uma prática poética marcada pela experimentação e pelo abandono, por parte dos poetas, dos meios tradicionais de circulação das obras. A poesia foi para a praça, para as ruas, para as universidades. Geralmente, os poemas circulavam em cópias mimeografadas, distribuídas de mão em mão. A poesia marginal, mesmo sem consolidar um grupo homogêneo, foi fomentada por poetas que queriam se expressar livremente na época da ditadura militar, buscando caminhos alternativos para a poesia; caminhos que se afastavam tanto da poesia concreta quanto da poesia engajada dos anos 60 e 70. Da «Geração Mimeógrafo», destacam-se poetas como Cacaso, Chico Alvim, Chacal, Ana Cristina Cesar, Nicolas Behr, entre outros.


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